Quinta da Serra - Bio Hotel

Rodeado de jardins exuberantes, o Hotel Quinta da Serra implementou um sistema de agricultura biológica (em processo de conversão) e possui árvores importantes e monumentais, sendo o caso do eucalipto mais alto (Eucalyptus globulus) registado na Madeira, com cerca de 64 metros e um diâmetro de cerca de 10 metros na sua base.

Completamente renovado em 2014, o Hotel Quinta da Serra pretende superar as expectativas dos seus hóspedes, seja através de um serviço de qualidade e personalizado, seja através de uma oferta culinária de alto nível, com opções puramente orgânicas, tirando pleno partido da produção biológica própria.

Projeto Bio e História da Quinta

O Projeto Bio em Desenvolvimento na Quinta da Serra

O Hotel Quinta da Serra – Bio Hotel, tem na sua génese um projeto biológico.
O Hotel Quinta da Serra, situado na freguesia do Jardim da Serra, nas zonas altas de Câmara de Lobos possui uma forte componente histórica, social e botânica associada a luxuosas instalações. Aproveitando estas valências é ambição da atual Administração a preservação e valorização dos recursos naturais característicos da ilha da Madeira. Neste sentido, este empreendimento muniu-se de tecnologia que visa a sustentabilidade económica e sobretudo ambiental, cumprindo as normas definidas pelo programa Green Key (https://greenkey.org.uk/ ou https://greenkey.abae.pt/) tendo obtido o Galardão Green Key para Estabelecimentos Hoteleiros desde 2016 até ao presente ano.

Como exemplo das tecnologias ambientais utilizadas, dispomos de painéis solares, e 172 painéis fotovoltaicos e uma ETAR que permite o aproveitamento das águas residuais para rega, aumentando-se assim a eficiência na gestão dos recursos hídricos. Além disto, dos seus 14 ha de terreno, a administração da Quinta optou por converter toda a área com aptidão agrícola ao modo de produção biológico (MPB), isto é, mais de 25.400,00 m2 de terra. Entre estes 2.300,00 m2 estão cultivados com hortícolas; 18.700,00 m2 com fruteiras diversas e 4.400,00 m2 com vinha da casta Sercial. Esta é uma das chamadas “castas nobres”, que muito contribuiu para dar nome àquilo que conhecemos hoje como Vinho Madeira.

 

A Quinta conta ainda com mais de 30.000,00 m2 de área florestal, maioritariamente reflorestada com espécies pertencentes à exuberante floresta Laurissilva, inicialmente destruída pelos primeiros colonos para a construção de áreas de cultivo. No fundo, devolvemos à Mãe Natureza aquilo que já era seu de facto.

 

Foi também nesta propriedade que foram introduzidas as primeiras plantas do chá (Camelia sinensis), pelo fundador desta propriedade, o cônsul inglês Henry Weitch. Com o passar dos anos e com o abandono a que a Quinta esteve sujeita, esta espécie perdeu-se. Com a renovação feita na Quinta em 2013/2014, introduziram-se novas plantas, de modo a preservar-se mais este aspeto histórico.

 

Para darmos consistência à valorização dos produtos regionais e à própria agricultura biológica, certificamos, como biológico, o restaurante do Hotel. Deste modo, os clientes podem saborear pratos exclusivamente preparados com produtos “bio”, produzidos no local onde o restaurante está inserido, uma particularidade que é garante de uma frescura inigualável.
É com esta incessante busca de autenticidade e preservação da história e biodiversidade que o convidamos a explorar este curioso espaço da identidade madeirense.

A árvore mais alta da Ilha da Madeira

Há muito tempo atrás, no início do século XIX, um jovem inglês apaixonou-se por esta ilha e decidiu cá ficar. Estava ligado ao comércio de vinho Madeira para o Reino Unido e foi um dos impulsionadores desse comércio, tendo introduzido da madeira a casta sercial.
Os seus interesses iam muito além do vinho e da vinha, tendo também introduzido na ilha a planta do chá e muitas espécies exóticas de árvores. Adquiriu uma propriedade com mais de 115 ha, onde ergueu a sua casa de férias – a atual Quinta da Serra.

Porque trabalhou nesta terra de abundância, criou bonitos jardins, que ainda hoje podem ser observados nos terrenos da Quinta da Serra, tendo inclusive dado o nome a toda esta zona: o Jardim da Serra.

 

Com a fundação da sua mansão, o cônsul preservou as árvores nativas mais antigas e introduziu novas espécies trazidas de todo o mundo. A plantação das árvores era feita apenas por mulheres, pois acreditava-se que as suas mãos transmitiam a fertilidade necessária ao bom desenvolvimento das plantas.

 

De todas as árvores que plantou destaca-se uma, um majestoso eucalipto que se encontra à entrada da Quinta, e que é a árvore mais alta referenciada na Madeira, com mais de 64 metros de altura.

 

Porque se supõe que este eucalipto tenha mais de 200 anos de idade, e porque grande parte das árvores que o rodeiam são ainda mais antigas, sente-se no ar uma energia por elas emanada que nos faz lembrar o carinho e cuidado posto na sua plantação e conservação.

 

Muitos dos visitantes da Quinta da Serra costumam acercar-se da referida árvore e, de forma emotiva, abraçam-na, absorvendo assim grande parte da energia que ela transmite, mas deixando também alguma da sua própria energia que a árvore se encarrega de guardar e transmitir àqueles que, no futuro, a abraçam.

 

É à sua sombra que descansamos e recobramos energia, pois este eucalipto parece condensar em si toda a energia, toda a pureza e toda a sabedoria que este local encerra, parecendo até que tem gosto e faz questão de a passar àqueles que, por vezes de forma inconsciente, dele se acercam.

 

Por isso dizemos: Aceite o nosso convite e venha abraçar esta que é a mais alta árvore da Ilha da Madeira.

Património Florestal

Bem-vindo à Quinta da Serra – Bio Hotel, e ao seu misterioso tesouro florestal.
No Hotel Quinta da Serra – Bio Hotel, é possível encontrar um fantástico património florestal, com árvores emblemáticas e monumentais. Venha conhecer um pouco mais da nossa floresta.
A história da Quinta da Serra remonta o primeiro quartel do séc. XIX. Esta foi mandada construir pelo cônsul Inglês Henry Veitch. Atualmente ainda existem diversas evidências deste tempo, o exemplo mais visível é o edifício inicial a que chamamos “casa-mãe”. Contudo existem outros monumentos históricos menos conhecidos, alguns deles provavelmente já existiam naquele local antes mesmo da construção da casa-mãe e que muitas vezes nos passam despercebidos quando passeamos pela Quinta. Trata-se do seu património florestal, este património inclui, além de espécies raras pertencentes à Floresta Laurissilva, outras espécies que foram introduzidas pelo Homem à medida que este se foi instalando neste território.

Em 2008, a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, promoveu através da Direção Regional de Florestas, um levantamento que deu origem a uma publicação intitulada “Árvores Monumentais e Emblemáticas da Madeira”.

 

Neste Livro podemos encontrar as árvores mais imponentes e fascinantes da Região Autónoma da Madeira. Este está estruturado em vários capítulos, cada um correspondente a um concelho. Das 12 árvores com a classificação de Monumentais e Emblemáticas identificadas no Município de Câmara de Lobos, 8 pertencem à Quinta da Serra. Supomos que estas árvores tenham pelo menos 200 anos de idade (Domingues e outros, 2008).

 

Assim, ao visitar-nos poderá conhecer mais de perto estes raros monumentos vivos preservados pelo Homem e gerados pela Natureza.

As Lendas da Quinta da Serra

As lendas contadas acerca da Quinta da Serra perdem-se no tempo e envolvem personagens misteriosos, amores eternos e personagens famosos.

A Lenda do Imperador

Algures nos inícios do século XIX, nas recônditas terras altas da ilha da Madeira, num sítio que viria a ser conhecido como Jardim da Serra, o quotidiano de muitos era determinado por poucos.
Conta-se que o fundador da atual Quinta da serra, Sir Henry Veitch pertencia a uma espécie de sociedade secreta que alegadamente se reunia na sua mística mansão todas as últimas sextas-feiras de cada mês. Apenas gente influente daquela época fazia parte destas misteriosas reuniões. Ao que parece uma delas teve convidados invulgares: Napoleão Bonaparte e Josephine, sua esposa
Na verdade, aquilo que se pode confirmar é que napoleão Bonaparte esteve de passagem pela Ilha da Madeira, a bordo do navio Northumberland que o levaria ao degredo na Ilha de Santa Helena. Sabe-se que a viagem iniciou-se em 7 de agosto e que aportou a Santa Helena em 15 de outubro de 1815.

O construtor e original dono desta Quinta, Sir Henry Veitch, então Cônsul do reino Unido na ilha da Madeira, no dia 23 de agosto, foi a única pessoa que teve autorização para subir a bordo do navio e poder visitar Napoleão.

 

Diz-se que o fez porque foi o único a continuar a dar o tratamento de majestade a napoleão, enquanto todos os outros se referiam a ele apenas por General.

 

Reza a lenda que Henry Veitch, movendo toda a sua influência junto das autoridades portuguesas e inglesas, conseguiu que Napoleão Bonaparte e a sua esposa Josephine desembarcassem em segredo, e em segredo seguissem para a recente Quinta que Veitch tinha mandado construir no sítio do Jardim da Serra, situada no meio de mais de 115 hectares de terra e que era a “menina dos seus olhos”. Aqui existiam lendários jardins que se caracterizavam por requintados labirintos de buchos verdejantes, que no seu interior albergavam vigorosas camélias, camélias essas que ainda hoje podem ser prezadamente apreciadas, nos chamados “jardins da casa mãe”. Sabe-se que Josephine gostou muito de passear nestes jardins, que lhe faziam lembrar os tempos de esplendor e de glória que tinha conhecido em França.

 

Conta-se que chegados à Quinta Napoleão e Josephine foram instalados nos melhores quartos da casa, e toda a criadagem os serviu da melhor forma que sabia. Veitch, incansável nas atenções, ofereceu os seus préstimos a Napoleão, que mostrou vontade em receber alguns livros, frutas e chá, ao que muito gentilmente acedeu, enviando para o navio uma magnífica oferta de frutos, doces e vinhos velhos. Consta que Napoleão terá mandado a Veitch alguns luizes em ouro, destinados ao pagamento da hospitalidade e, diz a tradição, que o cônsul os lançara na pedra angular da igreja anglicana que foi depois construída no Funchal, ao abrir‑se o alicerce para a construção daquele templo, de cuja edificação foi o grande impulsionador.

A Lenda da Quinta

Era uma vez, há muito muito tempo, um escocês nobre nomeado Cônsul da Inglaterra na Madeira. Quando cá chegou visitou a ilha e apaixonou-se por um lugar em particular, localizava-se nas zonas altas de uma das encostas Sudoeste da ilha, este lugar estava cheio de plantas nativas como a urze, o loureiro e a uveira da serra, ladeado por um curso de água. Havia uma zona deste riacho que tinha uma cascata de água, onde se dizia estar uma moira encantada. O jovem Cônsul maravilhado com a exuberância da natureza nesta zona, bem como, pela lenda que albergava, mandou construir uma imponente casa, de cor rosa, ali bem perto do curso de água. Dizia-se que o Cônsul tinha deixado a Inglaterra para esquecer a morte da sua amada, falecida recentemente quando dava à luz.

Com a fundação da sua mansão, o cônsul preservou as árvores nativas mais antigas e introduziu novas espécies trazidas de todo o mundo. A plantação das árvores era feita apenas por mulheres, pois acreditava-se que as suas mãos transmitiam a fertilidade necessária ao bom desenvolvimento das plantas. Num dos seus passeios matinais pela Quinta, o Cônsul admirava a energia e resistência daqueles homens e principalmente daquelas mulheres, algumas delas ainda com filhos ao peito, que teimavam trabalhar, fruto da necessidade que passavam. O jovem Cônsul, reparou então numa jovem cheia de vício, morena de olhos verdes cor de pérola, vestida de branco, mas com seu avental negro da terra a qual também pertencia. Oh! que cheiro intenso trazia nas mãos, o Cônsul confundido por tantas experiências, perguntou: “Menina de onde vem o perfume das suas mãos?” Ao qual ela respondeu trêmula: “vem da planta que trago nas mãos”. Realmente aquele era um perfume ímpar, nunca antes experimentado pelas gentes daquela terra, nem mesmo pelo jovem Cônsul. O capataz interrompeu com voz de trovão: “é um Eucalipto dos que encomendou da Oceânia!…Pelo menos foi o que disse o Homem da nau”. O Cônsul extasiado, assistiu à plantação daquela árvore como se do nascimento do seu filho se tratasse. A jovem transpirava, não só pelo árduo labor, mas sobretudo pela presença do Cônsul, que além do estatuto era jovem e belo. Quando a jovem acabou, o Cônsul despediu-se dela com um último olhar, daqueles que não é preciso explicar. Uma das mulheres mais velhas disse: “se a árvore crescer, como o que hoje aqui nasceu, não terá igual!” Dito isto abateu-se um profundo silêncio na azáfama das plantações, apenas interrompido por uma leve brisa que refrescava a face quente da jovem.

 

Daquele dia em diante, o Cônsul continuou os seus passeios matinais, mas com o detalhe destes incluírem a passagem pela zona onde a jovem trabalhava. Um dia o Cônsul deprimido com notícias de Inglaterra, de que o vinho que tinha exportado para lá não tinha chegado, foi aclarar ideias para debaixo do Eucalipto; por sorte a jovem estava a regar a vigorosa árvore. Não se atreveu a falar, mas o Cônsul aproximou-se dela, pediu-lhe permissão para lhe pegar nas mãos, olhou-lhe nos olhos e pediu-lhe para que se encontrasse com ele ao fim de cada dia junto daquela árvore. Os dois apaixonaram-se e casaram às escondidas, pois o Cônsul precisava da aprovação do pai da jovem que estava para as Índias. O certo é que o Cônsul sabia que a sua família o deserdaria se soubesse que se tinha casado com uma jovem plebe. Por isso e como anualmente tinha uma viagem à Inglaterra, o Cônsul teve que deixar a sua amada na ilha e partir para a Grã-Bretanha. Disse à sua mulher que demoraria 1 ano até poder vê-la novamente, a jovem compreendeu mas é claro, entristeceu. Diz-se que durante esse ano a jovem visitava no final de cada dia o já enorme Eucalipto. Passou-se um ano, dois, três, uma década e o Cônsul nunca regressou. Durante 13 anos, a jovem esperou e desesperou diz-se que o Eucalipto foi regado durante esse tempo pelas suas lágrimas e que durante este tempo o Eucalipto deixou de crescer.

 

Certo dia chuvoso, a velha que um dia disse que a árvore iria “crescer sem igual”, disse à jovem mulher: “a árvore voltou a crescer, tem mais de 1 metro de altura”. Passada uma semana continuava a chover, viu-se ao longe bandos de aves a atravessar agressivamente o vale, de seguida começou a ouvir-se uma enorme atroada. As gentes daquela terra habituadas ao sossego, ficaram assustadas e concentraram-se na mansão do Cônsul. Parara de chover e eis que aparecia à entrada da Quinta, mesmo ao lado da árvore carismática o majestoso Cônsul montado a cavalo. A velha exclamou: “a árvore que une só parará quando esbarrar no céu!”
De todos os eucaliptos plantados nesta época este continua a ser o mais alto.E é por tudo isto que se diz que quem à Quinta da Serra vier, e o eucalipto abraçar, terá um Amor Eterno.

A Lenda do Lago

Diz-se que desde tempos imemoriais esta ilha é habitada por seres místicos. Este preciso lugar foi palco de uma luta Titânica entre duas feras, que amaldiçoadas pela cobiça de manipular um dos quatro elementos – a água, amaldiçoaram os peixes que nela viviam, tornando-os pretos, vermelhos e até híbridos de duas cores, as cores das trevas. Toda a ira deste mundo foi despejada naqueles 7 dias e 7 noites, ira dos infernos que fazia a terra tremer, as aves do céu migrar e estrondos longe ecoar.

O acontecimento fez-se chegar ao recém-chegado Cônsul Henry Veitch, corajoso partiu e ao fim do 7º dia de batalha deparou-se com duas criaturas, que só em algum pesadelo imaginara existir. As duas feras desgastadas, localizavam-se lado a lado, correspondendo aquilo que hoje conhecemos como lado direito e lado esquerdo do lago. O Cônsul de forma a saber o que se passava e resolver tão sombria situação, indagou as feras e ao fim de várias horas de negociação, mesmo no final do 8º dia, acordou-se entre as duas criaturas e o representante dos Homens dividiu as águas e camuflou aquele espaço. Ao Cônsul interessava acabar com aquela derradeira batalha e evitar o aparecimento de semelhantes criaturas, que durante séculos atormentavam os habitantes desta ilha. As criaturas juraram sob compromisso de sangue não voltar a incomodar os Homens. O jovem Cônsul ordenou então a construção de um pequeno mas simétrico lago, mesmo no centro do local onde ocorreu a batalha. Um painel de azulejos constituído por 7 cruzes inteiras e 4 meias cruzes, duas metades ao centro e duas metades nos extremos revestiam as paredes do pitoresco lago. As sete cruzes de um lado simbolizam os sete dias, e as outras sete do outro, as sete tenebrosas noites de batalha. A fechar, as duas meias cruzes dos extremos representam o 8º dia e a oitava noite, os momentos de negociação. Exuberantes árvores e verdejantes jardins foram criados à volta do lago para camuflar a devastação daquele cenário e as pegadas das horrendas criaturas. Ao centro, uma levada de largura apreciável, rasgar em duas partes iguais o campo de batalha e transportara o tão ambicionado “quarto elemento”, invisivelmente meias águas para um lado, meias águas para o outro, nem mais, nem menos! A divisão das águas, correspondia assim às duas meias cruzes ao centro do lago. O milagre da divisão de tal Bem, como poder conciliador entre as duas místicas feras.

 

Muitos anos passaram desde este acontecimento e com o passar do tempo, houve um aumento da população na ilha e com ele as necessidades de água também aumentaram.

 

Assim os Homens desviaram parte da água que abastecia o lago e logo algo se exteriorizou naquele peculiar lugar. Manifestação das ancestrais criaturas ou não, o facto é que, quer à direita como à esquerda do lago, os históricos azulejos foram violentamente destruídos. Diz-se por aqui, que este é um aviso das imemoriais criaturas aos Homens e que afinal de contas elas existem mesmo…